quarta-feira, 21 de abril de 2010

A complexidade da vida (e de

A complexidade da vida (e de todas as contáveis coisas que nela há) se explica: olha-se para o pé de amora e vê-se bons pontos negros de pura felicidade; circunda-se a amoreira para pegá-los como que de surpresa, como um leopardo que persegue amoras, digo, lebres, sem que queira ser percebido, e que cai no fundo fosso que fora cuidadosamente transpassado pela astuta lebre: as amoras, desse outro lado do mundo (o mundo de trás) não existem mais; voltando ao ponto de partida, sem que importe por qual lado da árvore decide-se voltar, vê-se logo que elas estão todas lá, nos mesmos lugares; engana-se o leopardo que pensa: se trata de ilusão de óptica, as amoras não saem do lugar. Saem sim.

2 comentários:

  1. prefiro as amoras que não são negras ainda. a espera é mais gostosa que o sabor. os frutos verdes talvez não mudem de lugar, afinal, não são tão queridos.

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