quarta-feira, 16 de setembro de 2009

00:06:19 guelherme

00:06:19 guelherme: arte sem mistério é como bolo sem....
00:06:28 guelherme: fala uma coisa importante do bolo...
00:06:54 summer makes good: fermento?
00:07:56 guelherme: como bolo sem fermento

sábado, 12 de setembro de 2009

Ela estudava cinema

Ela estudava cinema. Tinha apreço pela escrita roteirística. E nos seus estudos, lera no velho manual de peçaparatela: "tão bom será o roteiro quão próximo do fim estiver seu clímax". Ponto.

Nunca bem entendera isso. Nunca, até hoje. Não lhe era claro o sentido disso, e talvez não fosse, sabia, até mesmo para o bom senhor que imortalizara a frase no tal livro. Uma relação entre a estrutura e o seu ponto culminante que fugia a regras que pudessem ser entendidas puramente pela matemática, como a utilização da secção áurea ou a série de fribonacci. Mas não era a isso que se referia a afirmação.

Dizia respeito, sim, a um aspecto meramente duracional. O filme deveria acabar logo não houvessem mais expectativas a serem quebradas. Pois, sabia novamente, não era só a ela que os casamentos finais desimportavam. O que prendia o bom público a uma boa estória era sempre seus desconhecimentos. E, cá entre nós, e ela também, final de filme era sempre final de filme. Mas não era só isso.

Pois nunca entendera isso, nunca, até hoje. Passeava na rua, e os ipês (lera no grande parque da árvore podre que era essa árvore o símbolo nacional (pensava em enviar à CBF um comunicado pedindo que fosse sua flor o símbolo da Copa (seria, sim, melhor que um saci ou um pelézinho))). Passeava na rua, e os ipês que sempre lhe atraiam os olhares, tanto ao céu, com suas flores reluzentes, quanto ao chão, com seus depósitos multicoloridos de órgãos reprodutores descartados, agora lhe mostravam a solução do antigo problema. Não havia nada mais feio que um ipê com duas flores sobre seus galhos secos.

Não havia nada de mais feio, e sabia porque: um ipê em plena decadência estava muito distante daquele ipê totalmente colorido, em seu clímax próprio. E a resolução desse clímax deveria ser num desfecho triunfal, como que reafirmando a si mesmo. O alongamento dessa resolução, ou seja, seu afastamento meramente temporal do seu próprio disparador, gerava aquilo que não se queria ver, o ipê em decadência linear, que parecia negar que ali, noutro momento, houvera o esplendor de mil felicidades.

Tudo aquilo que, por melhor que fosse, não tem um final feliz (dizia agora "adequado"), negava sua própria existência, sua identidade. O final, afirmava Aristóteles, estava contido em toda obra, como seu começo e meio. No final, sempre os bons gregos, e no caminho, a boa natureza, com seus maestros arbóreos. O ipê ensinava mais que mil folhetos técnicos para cinema, e isso era o maior ensinamento do dia.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

02:15:49 summer makes good

02:15:49 summer makes good: tava falando com uma amiga hoje, sobre acreditar não ter mudado nunca na vida. você acha que mudou?
02:16:16 Letícia [ pode dá ]: sim, sim, bastante
02:16:26 Letícia [ pode dá ]: principálmente quanto a esse lance de ter orgulho
02:16:32 Letícia [ pode dá ]: mudei 100%
02:16:58 summer makes good: eu juro que nunca mudei nada nada :)
02:18:02 summer makes good: essa semana achei um álbum de figurinhas meu de quando eu não sequer sabia escrever
02:18:10 summer makes good: "seus esportes favoritos: natação, futebol ciclismo (corrida com bicicleta), ginástica". "seus ídolos: elô, zeca, mãe, cacá, joão do posto"
02:18:19 summer makes good: "diga aqui o que você não gosta... e o que atrapalhar demais sua vida: não gosto de apanhar, não gosto de sair sozinho, não gosto de cenoura, milho e chuchu."
02:18:27 summer makes good: (tinha essas perguntas no meu do album)
02:19:17 Letícia [ pode dá ]: e vc responderia o mesmo hoje?
02:19:38 summer makes good: não, jamais
02:19:44 summer makes good: mas vejo um espírito em comum
02:20:05 summer makes good: colocar no álbum que gosta do joão do posto. não tenho a menor ideia de quem seja!
02:20:11 summer makes good: não gostar de sair sozinho :(
02:21:25 Letícia [ pode dá ]: hahahahha
02:21:36 Letícia [ pode dá ]: tenho certeza que vc mudou sim
02:21:46 Letícia [ pode dá ]: é que a essência é sempre a mesma
02:21:59 summer makes good: ué, e é nisso que vou defender não ter mudado
02:23:18 summer makes good: tenho uns vídeos de mim com 5 anos, danço igual, canto igual... aprendi a ter uma dicção melhorzinha só
02:24:47 Letícia [ pode dá ]: mas todo o mundo é assim!
02:25:44 summer makes good: mas se eu chegar pra * tentando voltar ela virá com papo de que mudou, de que mudei, e de que o mundo mudou
02:25:48 summer makes good: mas tá tudo no mesmo :)
02:27:19 Letícia [ pode dá ]: é que...
02:27:30 Letícia [ pode dá ]: tem sempre muita coisa envolvida na vida
02:28:07 Letícia [ pode dá ]: tenho certeza de que todos os jovens de que gostei sempre vão ter o que combine comigo, sempre vão ter algum tipo de ligação comigo, se for possível deixar acontecer
02:28:38 Letícia [ pode dá ]: mas tem muita coisa envolvida além disso
02:29:03 Letícia [ pode dá ]: nem todos dariam certo agora comigo, acredito
02:30:54 summer makes good: sim, sei que não
02:31:12 summer makes good: é que a gente vai mudando o caleidoscópio
02:31:16 summer makes good: mas as pedrinhas são sempre as mesmas
02:31:27 summer makes good: (que bonito, vo fazer algo com isso pro blog! hhaha)
02:32:02 Letícia [ pode dá ]: mas a nossa vontade tem algo a ver com isso
02:32:15 Letícia [ pode dá ]: com um pouco de insistencia, talvez tudo seja possível

terça-feira, 1 de setembro de 2009